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Opiniões unânimes em defesa do Hospital público de Barcelos

Imagem: Barcelos Popular

Com uma plateia interessada, composta por cerca de 100 pessoas e um conjunto de palestrantes competente e alargado à última hora com a inclusão de um representante do Sindicato dos Enfermeiros, realizou-se ontem à noite a sessão pública de debate “Em defesa do Hospital Público de Barcelos”, moderado pelo jornalista Pedro Vila-Chã e promovido pelo BLOCO DE ESQUERDA.

Miguel Costa Gomes, presidente da Câmara Municipal de Barcelos, o primeiro a intervir, reafirmou todo o empenho do município em manter o nosso Hospital no domínio do serviço público opondo-se à sua entrega à Santa Casa da Misericórdia.
Relativamente ao novo Hospital, Miguel Costa Gomes manifestou a sua posição já conhecida de que o Município disponibilizará imediatamente um terreno para o novo hospital mal o governo manifeste a intenção de proceder à sua construção, afete as verbas necessárias para esse fim.

O médico Jorge Almeida, representante do Sindicato dos Médicos do Norte e dirigente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) declarou que Barcelos tem todo o direito a ter um hospital de primeira linha para atender convenientemente os 150 mil utentes dos concelhos de Barcelos e Esposende, tendo o direito a reclamar um novo hospital. A propósito da pretensa entrega à Misericórdia, Jorge Almeida defendeu que “o tempo das Misericórdias pertence a uma passado que não queremos de volta”.
O representante do Sindicato dos Enfermeiros lembrou a Constituição portuguesa para defender a manutenção dos serviços públicos de saúde e com isso o Hospital de Barcelos em mãos públicas e achou que Barcelos tem de reclamar com mais energia esse direito.

Teresa Bastos, enfermeira do Hospital de Barcelos, com conhecimento de causa, fez um historial do nosso hospital e defendeu que a perda de serviços e o envelhecimento do quadro de pessoal tem de ser contrariado.

Armando Caldas, médico ortopedista do Hospital de Barcelos, confessou-se militante do Partido Socialista, agradeceu o convite e declarou-se igualmente e incondicionalmente defensor da manutenção do Hospital de Santa Maria Maior, de Barcelos, nas mãos de uma gestão pública, opondo-se à sua entrega nas mãos da Misericórdia e lembrou o esvaziamento de valências que tem acontecido, manifestando o seu desagrado com isso.

João Semedo, médico e coordenador nacional do Bloco de Esquerda, fechou o painel defendendo que o público tem de ser gerido por gestores públicos e pôs a ênfase na triste situação de crise económica e realidade da actual governação com a qual, diz, não deverá haver em Portugal novos investimentos na saúde nos próximos 20 anos.
Seguiu-se um debate animado, com algumas acusações a PS e PSD culpando-os pelo esvaziamento e desqualificação do Hospital de Barcelos que tem ocorrido nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda faz um balanço muito positivo desta realização e considera que deu mais um valioso contributo em defesa do Hospital de Santa Maria Maior, o nosso Hospital. Declaramo-nos disponíveis para travar todas as lutas contra a entrega do Hospital à Santa Casa da Misericórdia e contra o seu esvaziamento de serviços.

Agradecemos a todos que participaram neste debate, a todo o painel de palestrantes, a todas as pessoas presentes, a todos os barcelenses que estão connosco nesta luta!

Notícia no Barcelos Popular